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Tráfego na BR-163 indica escoamento tardio da safra

O fluxo de veículos de cargas na BR-163 caiu 14% nos três primeiros meses do ano, embora Mato Grosso tenha registrado a maior safra de soja da história, com a produção de 31 milhões de toneladas do grão. A redução de tráfego identificada pela Rota do Oeste é referente ao trecho concessionado, entre Itiquira e Sinop, e tem como comparação o movimento realizado no primeiro trimestre de 2016.

Levantamento da Concessionária demonstra que de janeiro a março de 2017, 3 milhões de caminhões e carretas passaram pelas praças de pedágio, enquanto no mesmo período do ano anterior foram 3,6 milhões de veículos de porte semelhante.

Informações do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que até 31 de março, 95,21% da soja havia sido colhida e 65,82% da produção estava comercializada. O gestor técnico do Imea, Ângelo Ozelame, explica que em março houve uma queda no preço da soja, inibindo a venda do produto. Diante do cenário, o percentual negociado de soja no último mês ficou abaixo da média dos últimos cinco anos, refletindo no movimento da rodovia.

Ainda sobre a redução de tráfego, o gestor esclarece que a quebra da safra do milho registrada em 2016 também influencia no cenário atual. Lembra que em janeiro do ano passado, parte da produção de 2015, que foi de 19 milhões de toneladas, ainda passava pela BR-163. Como em 2016 a produção desse grão foi de apenas 8 milhões de toneladas, não havia milho para transportar. Por fim, pontua que alguns produtores estão preferindo escoar a produção pelo Arco Norte.

O gerente de Operações da Rota do Oeste, Wilson Ferreira, estima que haja um aumento no tráfego a partir de maio, mês que antecede o início da colheita do milho. “Os números demonstram que a soja está no Estado, estocada. Com a nova safra, esse produto será escoado”, avalia.

O gestor do Imea complementa que os dados demonstram que os produtores aguardam o melhor momento para comercializar a soja. Mesmo não havendo o aumento no valor da saca, o material terá que ser vendido para arcar com os custos dos produtores e, consequentemente, impactará no movimento da BR-163.